quarta-feira, 27 de junho de 2012

REFLEXÃO FINAL



A elaboração deste e-portefólio teve como principal finalidade dar a conhecer as temáticas abordadas ao longo da Unidade Curricular de Sistemas Educativos: organização e avaliação.
Os textos nele constantes foram elaborados com base em leituras e pesquisas individuais e orientadas pelo docente da unidade curricular, assim como foram resultantes do debate levado a cabo no contexto das salas virtuais. Neste âmbito, a discussão que decorreu nos fóruns e que incidiu sobre os diferentes temas, revestiu-se de grande pertinência, pois contribuiu para o aprofundamento de cada uma das temáticas.
Neste contexto, considero que o trabalho desenvolvido e dinamizado em cada uma das salas virtuais (e a propósito de cada tema estudado) foi muito enriquecedor, permitiu a troca e partilha de opiniões, assim como o confronto de opiniões.
De salientar a qualidade dos documentos orientadores disponibilizados para análise e discussão que deram um forte contributo para sustentar e/ou complementar as temáticas em estudo.
Destaque-se, ainda, o acompanhamento e o feedback por parte do docente da unidade curricular, em todas as atividades levadas a cabo, facto que contribuiu para o contínuo aprofundamento de conhecimentos e potenciando uma atitude reflexiva sobre o desempenho individual.
Apesar dos pontos fortes já apontados, e no que respeita à “construção” deste instrumento faço referência  a alguns pontos fracos: problemas técnicos (justificar textos, uniformizar o tipo de letra, introduzir cores nos títulos, etc), que atribuo ao facto de não dominar por completo este recurso. Contudo, a experiência foi positiva e muito enriquecedora.
Procurei atualizar a informação de acordo com as temáticas estudadas, reconhecendo que gostaria de o ter feito de forma mais aprofundada e sistemática.
Considero que é um instrumento de trabalho muito aliciante e que nos permite o enriquecimento/alteração/reformulação/melhoria constantes. Alio a estes fatores,  a presença constante do aspeto reflexivo sobre a ação desenvolvida.
Concluo esta reflexão fazendo referência ao facto que a unidade curricular contribuiu para fazer uma atualização de conhecimentos, complementando-os e permitiu, igualmente, efetuar uma recolha de informação rica e válida para uma aplicação contextualizada, no que concerne aos domínios profissional e pessoal

segunda-feira, 25 de junho de 2012

AS LINHAS MESTRAS DA AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS EDUCATIVOS


Nas últimas décadas as sociedades têm sofrido grandes transformações, fruto da globalização e essas mudanças têm, inevitavelmente, atingido a escola.
Autores como Clímaco (2005:148) destacam que “para a sobrevivência das novas sociedades, tornou-se indispensável rever os modelos de educação das novas gerações, nomeadamente no que se refere ao tipo de competências, destrezas e conhecimentos a promover através dos currículos escolares, de modo a prepará-las quer para novos tipos de aprendizagem, quer para a sua integração no mundo do trabalho, ou para se ajustarem à própria instabilidade do mercado de trabalho”.

De acordo com Clímaco (2005:216), avaliar uma escola “significa saber em que medida os alunos, e as suas necessidades de aprendizagem vêm em primeiro lugar nas prioridades da escola e dos seus agentes, e em que medida a escola é um centro de aprendizagem e de desenvolvimento pessoal e profissional, para crianças, jovens e adultos”.
 A resolução das questões e problemas relacionados com a educação devem ser resolvidos de forma articulada e global, dadas as suas implicações noutros domínios da vida social.
Deste modo, em 2001 o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu elaboraram uma recomendação  sobre a Cooperação Europeia para a Avaliação da Qualidade da Educação Escolar, salientando a necessidade de se :

- “incentivar a auto-avaliação dos estabelecimentos de ensino como método para promover a aprendizagem e melhorar as escolas (…) tornando os seus objetivos claros (…) coerentes com outras formas de regulação;
- apoiar a formação na gestão e utilização de instrumentos de auto-avaliação, de modo a fazer com que a auto-avaliação funcione efetivamente como um instrumento de reforço da capacidade de melhoria das escolas;
- apoiar a capacidade das escolas aprenderem reciprocamente, a nível nacional e europeu, identificando e divulgando boas práticas e instrumentos, como indicadores e critérios de aferição;
- desenvolver a avaliação externa em ordem a dar apoio metodológico à auto-avaliação das escolas e a dar-lhes uma visão exterior que encoraje a sua melhoria como um processo contínuo …”.

Consideramos que estas recomendações não são suficientes para alterar a escola, contudo destacamos Horowitz (1990), citado por Clímaco (2005:24) que refere:

“Mas a mudança fundamental da escola depende de uma mudança de atitude face à questão da qualidade educativa em si mesma, o que pode significar uma alteração na cultura de gestão da escola e da forma estratégica e multi-facetada com que procuram a qualidade”.

Referências Bibliográficas:

Clímaco, Maria do Carmo (2005). Avaliação de Sistemas em Educação. Lisboa. Universidade Aberta.

terça-feira, 5 de junho de 2012

A REGULAÇÃO DOS SISTEMAS EDUCATIVOS

Para analisarmos a organização de instituições escolares necessitamos delimitar alguns significados e conhecer as realidades em estudo. Por essa razão, refletir sobre as instituições educativas enquanto organizações e sobretudo enquanto organizações com especificidades, significa considerar uma realidade complexa e multifacetada.
Barroso (2005:63) refere que o “termo regulação está associado, em Portugal, ao objetivo de consagrar, simbolicamente, um outro estatuto à intervenção do Estado na condução das políticas públicas”.

Para além de algumas aceções mais correntes, a explicação do significado do termo regulação conheceu especial incremento com o desenvolvimento da teoria dos sistemas. Contudo, e apesar do enorme potencial explicativo e descritivo que a abordagem sistémica trouxe à compreensão dos sistemas sociais, não podemos transpor de forma automática as suas leis sobre sistemas para os sistemas sociais.

A regulação dos sistemas educativos surge-nos como um modo de ajustamento permanente, que permite assegurar o seu equilíbrio dinâmico e coerência, mas também a transformação desses mesmos sistemas, através de uma articulação entre a regulação de controlo e os processos de interpretação e produção de normas no seio das organizações escolares.

Os processos de regulação compreendem, por um lado, a produção de regras que norteiam o funcionamento do sistema e, por outro, o reajustamento da diversidade de ações envolvidas em torno dessas regras. Deste modo, torna-se necessário dar uma resposta à pluralidade de fontes, de finalidades e modos de regulação, tendo em conta a heterogeneidade dos atores envolvidos e das suas posições. Os indivíduos e as estruturas, quer formais, quer informais, desempenham um papel fundamental de mediação, tradução e passagem de vários fluxos reguladores que constituem o sistema de regulação, uma vez que é aí que se faz a síntese ou se superam os conflitos entre as várias regulações existentes. É devido à complexidade dos processos de regulação do funcionamento do sistema educativo que, de acordo com Barroso (2006), se torna difícil prever e orientar, com um mínimo de segurança e de certeza, a direção que estes seguirão.

Barroso (2005:73),propõe um esquema onde salienta que a evolução da administração da educação (dos seus modos de regulação), que pode ser interpretada através “da alteração de papéis e de relações entre o Estado (e a sua administração), os professores e os pais dos alunos”.
O autor considera, ainda, que no que concerne aos modos de regulação, a situação mais frequente traduz-se em “alianças bipolares”. Assim:

- Estado + professores - pais dos alunos = regulação burocrático-profissional
- Estado + pais dos alunos – professores = regulação pelo mercado
- Professores + pais dos alunos  - Estado = regulação comunitária

No decorrer deste percurso que é feito pelas Escolas/Agrupamentos e pelos seus intervenientes, é necessário construir, desenvolver, regular. Para tal, é necessário que se adote uma abordagem realista que considere o seu ponto de partida. Só desta maneira podemos fazer reajustamentos, mudanças ou reformulações.

A regulação é considerada como um processo que é revestido de multiplicidade, pluralidade que é permanentemente alimentado por iniciativas, conflitos e negociações entre os diversos intervenientes, que estão situados em diferentes níveis. A regulação traduz-se sempre numa multirregulação, como dizem João Barroso (2005) e Christian Maroy (2006), multirregulação complexa, conflituosa e muitas vezes contraditória nos seus termos.

Referências Bibliográficas:

Almeida, Ana Patrícia (2005). Os fluxos escolares dos alunos como analisador dos modos de regulação local do Sistema Educativo. Lisboa: FPCE (Dissertação de Mestrado). (Recursos da U.C.).

Barroso, João (2005). Políticas Educativas e Organização Escolar. Lisboa. Universidade Aberta.

Ramos, Conceição (s/d). Regulação dos Sistemas Educativos. O caso português. (Recursos da U.C.).